\r\n No ano passado, as vendas no Natal caíram 1,7% na comparação anual, no primeiro recuo registrado na semana natalina pela Serasa Experian, que começou a levantar os dados em 2003.
\r\n\r\n — Aumento do desemprego e da inflação, crédito mais caro e mais difícil, queda da renda, é uma combinação que não perdoa o varejo — disse Luiz Rabi, economista-chefe da Serasa Experian.
\r\n\r\n Segundo o economista, a tendência de baixa já foi percebida no Dia das Crianças, quando houve redução de 5% ano contra ano. A tendência de recuo continuou em novembro.
\r\n\r\n — A Black Friday antecipou algumas vendas de Natal, mas, mesmo assim, não foi suficiente para reverter a tendência de queda no mês — disse o economista.
\r\n\r\n Em novembro, as vendas do comércio varejista recuaram 7,7% sobre o mesmo mês do ano passado. Em outubro, a baixa foi de 7,9%.
\r\n\r\n No Estado de São Paulo a queda deve ser acentuada do que a média nacional. A Fecomercio-SP projeta queda de 10% a 12% das vendas reais do comércio varejista paulista, segundo Fábio Pina, assessor econômico da Fecomercio-SP.
\r\n\r\n — É o pior Natal da década. Com menos renda, menos emprego, menos crédito, a confiança em seus piores níveis históricos, é difícil, sob essas condições, imaginar que o consumidor vá comprar — declarou Pina.
\r\n\r\n — Os setores que estão indo pior são aqueles que dependem de crédito, como eletroeletrônicos, automóveis, móveis e decoração — disse. — Esses itens mais caros vão sofrer mais.
\r\n\r\n Segundo Pina, o comércio varejista intensificará suas promoções no fim do ano e em janeiro para tentar atrair clientes diante do ambiente desfavorável.
\r\n\r\n De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o consumidor ainda tem intenção de dar presentes, mas o valor gasto deve cair 22 por cento este ano em relação a 2014, já descontando a inflação, para um valor médio de 106,94 reais.
\r\n\r\n — Boa parte dos consumidores tem a sensação de que as coisas estão mais caras este ano — disse Kawauti, citando levantamento do SPC Brasil segundo o qual 74,3% dos consumidores consultados têm a impressão de que os presentes estão mais caros este ano, frente a 12,9% que acham que os preços estão estáveis, contra 3,5% que veem queda.
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\r\n\r\n RETOMADA EM JULHO
\r\n\r\n A Serasa Experian vê a possibilidade de retomada do comércio varejista somente a partir de julho do ano que vem. Para Rabi, se o cenário político melhorar, é possível que haja alguma recuperação no segundo semestre.
\r\n\r\n — Até lá, não teremos números positivos para o varejo — disse o economista.
\r\n\r\n Já Pina é mais pessimista, não vendo a chance de uma recuperação em 2016:
\r\n\r\n — Vamos esperar para ver o que o novo ministro (da Fazenda, Nelson Barbosa) vai conseguir fazer.
\r\n\r\n Fonte: O Globo.
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