Falta pouco mais de um mês para os\r\ntrabalhadores que têm saldo em contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de\r\nServiço (FGTS) sacarem seus recursos. Segundo a Caixa Econômica Federal, até o\r\ndia 21 de junho, cerca de R$ 37 bilhões foram entregues a 22,1 milhões de\r\nbeneficiários. O montante representa quase 85% do total de recursos\r\ndisponíveis, contabilizados de um total de R$ 43,6 bilhões.
Para os próximos dias, a Caixa ainda\r\nespera atender até 8 milhões de pessoas. Desde o início das retiradas, 45% dos\r\nbeneficiários fizeram os saques diretamente na boca do caixa, em uma agência\r\nbancária. No entanto, é possível obter o recurso das contas inativas com saldo\r\nde até R$ 1,5 mil nos terminais de autoatendimento da instituição com o número\r\ndo PIS e uma senha que é cadastrada na hora, no caso de não possuir o Cartão do\r\nCidadão. Para valores entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil, será necessário ter o Cartão\r\ndo Cidadão e a senha.
Nos correspondentes Caixa Aqui e nas\r\nLotéricas, será permitido sacar até R$ 3 mil. Para isso, será preciso\r\napresentar documento de identificação, Cartão do Cidadão e senha. Valores acima\r\nde R$ 3 mil serão sacados exclusivamente nas agências, sendo que, no caso de\r\nvalores superiores a R$ 10 mil, o trabalhador precisará apresentar carteira de\r\ntrabalho ou documento que comprove a extinção do vínculo com a empresa.
Para o planejador financeiro José\r\nRaymundo, o principal destino do dinheiro deve ser a quitação de dívida. Só\r\ndepois o beneficiário deve pensar em investimento ou em consumo. “Se a pessoa\r\nestá endividada, precisa negociar com o credor para quitar a dívida. Agora, se\r\na pessoa está desempregada, é difícil abrir mão do dinheiro para o\r\nsustento.
No caso do pagamento de débitos, Raymundo\r\nsugere que, se possível, o consumidor tente pagar todo o montante, o que abre\r\nmargem para negociações.
“Se a pessoa vai sacar R$ 5 mil do FGTS e\r\ntem uma dívida de R$ 7 mil, é importante que a pessoa tente negociar com o\r\ncredor. Se o valor da dívida for muito maior, paga-se aquilo que pode e\r\ntenta-se rever os juros da dívida e o prazo”, afirma. “O dinheiro do FGTS é um\r\ntrunfo que o consumidor tem em mãos”, destaca o especialista.
Raymundo acrescenta que mesmo no caso de\r\ndívidas contraídas por meio de prestações futuras, como um crédito para a\r\ncompra de eletrodoméstico ou um automóvel, é uma boa estratégia antecipar o\r\npagamento. Isso vai abrir espaço no fluxo de caixa. “Assim, ele poderá guardar\r\ndinheiro. Se o consumidor tiver disciplina, vale a pena essa folga para fazer\r\numa poupança.”
Brasileiro no exterior. Se o tempo\r\njá é curto para quem ainda não sacou os recursos do FGTS, para os brasileiros\r\nque estão fora do País, a situação é ainda pior. O dinheiro pode ser liberado\r\npela Caixa em até 15 dias após o envio da solicitação de saque, que acontece\r\nvia serviço consular.
O processo exigido pelo banco no exterior\r\né mais burocrático que no Brasil e envolve agendar uma visita aos consulados do\r\ngoverno brasileiro e seguir uma série de orientações.
A analista de comércio exterior Lilian\r\nPonchio, por exemplo, mora em Londres e conta que nem considerava mais\r\nconseguir sacar seu FGTS. Todo processo levou cerca de 30 dias. Ela explica que\r\nquando o consulado do governo abriu processo de solicitação, em março, ela\r\nconseguiu agenda apenas para abril e 17 dias após o envio da solicitação,\r\nrecebeu um e-mail da Caixa informando que o saque estaria disponível a partir\r\nde maio.
Lilian entrou em contato com a Caixa para\r\nsaber se estava tudo certo, mas nunca teve resposta. O dinheiro foi depositado,\r\nmas Lilian não tem certeza se o valor corresponde a todos os recursos\r\ndisponíveis ou se havia alguma conta bloqueada. “Não fazia ideia do meu saldo,\r\nque nunca foi informado”, diz.
Fonte:\r\nEstadão
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