44 3220-3618

FALE CONOSCO

sincomar@sincomar.com.br

44 3220.3618

FALE CONOSCO
Facebook Twitter Blogspot

NOTÍCIAS

VOLTAR

Câmara aprova a PEC da morte

Data de publicação: 26/10/2016

A Câmara dos Deputados aprovou\r\nontem  em segundo turno o texto-base da\r\nProposta de Emenda à Constituição que congela os gastos públicos por 20 anos.\r\nIsso terá um impacto profundo nos orçamentos da saúde, educação , assistência\r\nsocial e segurança.

\r\n\r\n

A PEC 241 propõe um arrocho fiscal\r\ncomo nunca antes visto no Brasil. Todas as despesas públicas serão corrigidas\r\nde um orçamento para o outro apenas com base na inflação do ano anterior. Não\r\nhaverá aumentos reais. Acredita o governo que  o pagamento da dívida pública não correrá\r\nperigo e que  os investimentos privados\r\nna economia voltarão e o crescimento virá a reboque.

\r\n\r\n

Porém, a decisão de congelar os gastos\r\npúblicos ameaça o conjunto de políticas que permitiu a ascensão social de\r\nmilhões de brasileiros ao longo dos últimos anos. No estudo “O Novo Regime\r\nFiscal e suas Implicações para a Política de Assistência Social no Brasil”, o\r\nInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) alerta para o possível\r\ndesmantelamento de programas como Bolsa Família, Proteção Social Básica (PSB),\r\nPrograma de Segurança Alimentar e Benefício de Prestação Continuada,\r\nprevidência para cidadãos de baixa renda que não contribuíram na vida ativa.\r\nTais programas consumiram 1,26% do PIB em 2015 e, com a aprovação da PEC do\r\nteto, o gasto encolheria para 0,7% do PIB em 20 anos. O estudo conclui, assim,\r\nque em 2036 a assistência social contaria com “menos da metade dos recursos\r\nnecessários para manter a oferta de serviços nos padrões atuais”. Em termos\r\nabsolutos, a perda acumulada do setor será de 868 bilhões de reais.

\r\n\r\n

 

\r\n\r\n

O congelamento de gastos sociais\r\nignora as transformações pelas quais o Brasil passa e que vão impactar\r\ndiretamente a área da saúde. José Gomes Temporão, ex-ministro da Saúde do\r\ngoverno Lula, observa que o Brasil passa uma transição demográfica bem\r\npeculiar, marcada pelo acelerado envelhecimento da população, praticamente na\r\nmetade do tempo que a França levou para concluir esse mesmo processo.

\r\n\r\n

Em recente entrevista a CartaCapital,\r\nele também aponta uma mudança no padrão das enfermidades: “A Organização\r\nMundial da Saúde projeta que, em 2030, as principais causas de mortalidade no\r\nmundo não serão mais as doenças cardiovasculares ou cerebrovasculares, e sim o\r\ncâncer, que tem um custo de tratamento altíssimo”.

\r\n\r\n

Enquanto a tendência da população\r\né demandar mais da saúde pública, o Congresso propõe um congelamento de gastos\r\npor vinte anos que implica em uma perda acumulada de 654 bilhões de reais para\r\na saúde, em um cenário de crescimento do PIB de 2% ao ano, segundo uma nota\r\ntécnica divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

\r\n\r\n

O conteúdo do documento irritou o\r\npresidente do Ipea, Ernesto Lozardo, que usou o site e os canais de comunicação\r\nda instituição para questionar publicamente o estudo, algo inédito na história\r\ndo Ipea. Lozardo disse que as análises feitas “são de inteira responsabilidade\r\ndos autores”. A situação levou a pesquisadora Fabíola Sulpino Vieira, uma das\r\nautoras, a pedir exoneração.

\r\n\r\n

Sem recursos para incluir 3 milhões de crianças e\r\nadolescentes nas escolas

\r\n\r\n

A emenda constitucional também\r\nacarretará em impactos profundos na educação. No Brasil, o setor é\r\nsubfinanciado e precisa resolver gargalos como a universalização do\r\natendimento, em especial na pré-escola e na creche. De acordo com o Censo\r\nEscolar, 3 milhões de brasileiros de 4 a 17 anos estão fora das salas de aula.\r\nAdemais, se o País deseja sair da rabeira dos rankings internacionais de\r\nqualidade de ensino, terá de investir na formação dos professores e na\r\nvalorização da carreira docente.

\r\n\r\n

“Com a manutenção dos gastos no\r\natual nível, como propõe a PEC 241, não será possível nem sequer incluir todos\r\nos brasileiros com 4 a 17 anos na escola, muito menos com professores\r\ncompetentes e bem formados”, analisa o filósofo Renato Janine Ribeiro,\r\nprofessor da Universidade de São Paulo (USP) e ex-ministro da Educação.

\r\n\r\n

O desafio torna-se ainda maior\r\ndiante da perversão do sistema orçamentário. “No orçamento, as despesas mais\r\ndifíceis de se abater são aquelas mais injustas, enquanto as mais fáceis de\r\ncortar são as justas”, opina o filósofo, citando a dificuldade de se reduzir as\r\ndespesas do Legislativo e do Judiciário. “É mais fácil cortar o que é mais\r\nessencial”.

\r\n\r\n

Presidente da Comissão de Cultura\r\nda Câmara dos Deputados, o deputado Chico D’Angelo (PT-RJ) alerta que a PEC 241\r\ntrará profundo impacto para setores como meio ambiente, ciência e cultura. “As\r\ndespesas com saúde e educação são obrigatórias. Com a cultura, são\r\ndiscricionárias, não obrigatórias. Nisso reside um problema da maior\r\ngravidade”.

\r\n\r\n

“A ideia original do governo era\r\nextinguir o Ministério da Cultura, fato que só não ocorreu em virtude da reação\r\nda sociedade. Agora, arma-se o cenário para a inviabilização da pasta e\r\nconfigura-se um modelo que desmantelará políticas públicas no campo da\r\ncultura”, emenda D’Angelo.

\r\n\r\n

A falácia do equilíbrio das contas públicas

\r\n\r\n

Desde 2003, com exceção aos dois\r\núltimos anos, os governos federais gastaram menos do que arrecadaram em\r\ndespesas primárias como saúde, educação e assistência social. Segundo o\r\neconomista João Sicsú, professor da UFRJ e colunista de CartaCapital, o déficit\r\norçamentário está relacionado mais ao pagamento de juros, atualmente fixados em\r\n14%.

\r\n\r\n

“Não precisa ser economista,\r\nespecialista em contas públicas, para perceber que o que faz o déficit\r\norçamentário são as despesas com o pagamento de juros da dívida pública. Se\r\ndependesse dos gastos somente nas áreas que fazem o gasto primário sempre\r\nhaveria superávit orçamentário, exceto em conjunturas específicas”, analisa o\r\neconomista.

\r\n\r\n

“A PEC desmontará o Estado\r\nbrasileiro e suas políticas sociais pelo simples fato de que o que necessitamos\r\nsão mais gastos per capita em diversas áreas, com destaque para saúde e educação”,\r\nafirma Sicsú. “Não temos, tais como diversos países europeus, um Estado de\r\nbem-estar conformado. E o desenvolvimento brasileiro é essencialmente a\r\nconstrução de um Estado de bem-estar social.”

\r\n\r\n

Fonte: Revista Carta Capital

\r\n\r\n

 

Galeria de Fotos

Outras Notícias

Em encontro estadual comerciários do Paraná firmam posição contra as reformas do governo Temer

Termina hoje o  XVII Encontro dos Comerciários do Estado do Paraná, promovido pela  Federação dos Empregados no Comércio do Estado do Paraná (FECEP) . No segundo dia do encontro, foi realizado  o “Seminário do Coletivo Jurídico” com o tema “Procedimentos jurídicos/administrativos: 1º, 2º e 3º graus da Justiça do Trabalho”. A palestra da manhã foi ministrada pelos assessores jurídicos da FECEP, Roberto Barranco, Cláudio Socorro de Oliveira e Ivo Harry Celli Neto. Advogados, assessores jurídicos e dirigentes de todos os Sindicatos dos Empregados no...

Maioria dos pais não quer que filhos sigam suas profissões, diz pesquisa

A maioria dos pais e das pessoas que têm contato com crianças entre 3 e 12 anos de idade não gostaria que eles seguissem a mesma profissão que elas, aponta pesquisa da Catho. De acordo com o levantamento, 74,77% dos pais não gostariam que seus filhos seguissem a sua carreira. Entre os adultos que convivem com crianças, esse percentual é de 58,35%.   A pesquisa também mostrou que 80% dos pais já conversaram com os filhos sobre futuro profissional. Entre as pessoas com contato cotidiano com crianças, 73% disseram já ter tocado no assunto.   Quando questionados...

Usina reembolsará motorista vítima de AVC que ficou à disposição da empresa sem receber salário

A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho manteve decisão que condenou a Usina Alto Alegre S/A – Açúcar e Álcool, do Paraná, a pagar salários a um motorista que, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) e ser considerado inapto para a função, ficou à disposição sem receber salário. Segundo a decisão, a opção da empresa de, "por liberalidade", deixa-lo sem trabalhar não a exime de pagar os salários devidos. O motorista, admitido em 1997,...

Rua Arthur Thomas, 426 - Centro - Cep: 87013-250

Maringá - Paraná | (44) 3220-3618 | sincomar@sincomar.com.br

FILIADO: