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Discriminação racial, um problema social no brasil

Data de publicação: 22/03/2018

Apesar da\r\npopulação negra representar 54% dos cidadãos, no Brasil o acesso a melhores\r\ncondições de vida ainda são negados, segundo dados de 2016 do IBGE - Instituto\r\nBrasileiro de Geografia e Estatística.  Conforme o levantamento, os negros\r\nsão as maiores vítimas de assassinatos: a cada 23 minutos um jovem negro é\r\nmorto. A cada dia, são 66 vidas perdidas, totalizando 4.290 óbitos por ano. Um\r\nrapaz negro tem até 12 vezes mais chances de ser assassinado em relação a um\r\nbranco. Em comum nesses homicídios, está a presença do racismo. Seus salários\r\ntambém são inferiores aos dos brancos e ainda convivem com os maiores índices\r\nde desemprego.

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No campo\r\npolítico os negros ainda não possuem representatividade em equilíbrio e boa\r\nparte das conquistas foram obtidas pela luta dos movimentos sociais\r\norganizados. Para mudar essa realidade o senador Paulo Paim (PT-RS) destaca a\r\nimportância do fortalecimento da educação no país.

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“São\r\ncampanhas que nós teríamos que fazer de formas integradas com o Executivo,\r\nLegislativo, Judiciário, com os meios de comunicação, na sociedade em geral\r\npara de uma vez por todas mostrarmos que a capacidade de um homem não se mede\r\npela cor da pele, mas sim pela sua conduta, principalmente em um processo\r\nintegrado de formação, discussão, convencimento e de mudar uma cultura atrasada\r\nque nos faz lembrar que o Brasil foi o último país do mundo a abolir a\r\nescravatura. Naquela época, mesmo livre, o negro não tinha direito a estudar,\r\nnão tinha direito a nada”, afirmou o senador.

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Celebrado\r\nem 21 de março, O Dia Internacional de Luta Contra a Discriminação Racial foi\r\ninstituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1976. A ação é uma\r\nreferência ao Massacre de Sharpeville, em Joanesburgo, na África do Sul, em\r\npleno período do apartheid, onde 69 pessoas morreram e 186 ficaram\r\nferidas durante um protesto pacífico interrompido violentamente pela polícia.

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Desde\r\nentão o dia 21 de março passou a ser uma data para alertar a sociedade que\r\nlutar contra o racismo e promover a igualdade racial é tarefa cotidiana, não só\r\natravés de denúncias, mas também atuando junto aos poderes políticos e\r\neconômicos.

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“Essa\r\ndata é um dia que nas escolas, sindicatos, nos locais de trabalho devemos\r\nrefletir o que cada de um de nós está fazendo para combater o racismo e o\r\npreconceito. É aquela frase antiga infelizmente muito utilizada, “negro parado\r\né suspeito, correndo já é culpado.” Isso é um absurdo. A gente tem que saber\r\nque essa frase ainda circula entre as forças da repressão”, afirmou Paim. O\r\nsenador completou ainda que o dia 21 de março é o momento que obriga todos nós\r\na caminharmos para que o Brasil esteja integrado em uma única nação de negros,\r\nbrancos e índios, como diz Martin Luther King, “que possam sentar na mesma mesa\r\ne comer do mesmo pão.”

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Ambiente\r\nde trabalho continua a discriminar mulheres negras

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O abismo\r\nracial no ambiente coorporativo brasileiro continua profundo. Segundo dados de\r\npesquisa do Instituto Ethos, realizada em 2016, pessoas negras só ocupam 6,3%\r\ndos cargos de gerência e 4,7% do quadro de executivos nas empresas analisadas\r\npelo estudo. A situação é ainda mais desigual para as mulheres negras: 1,6% são\r\ngerentes e só 0,4% participam do quadro de executivos.

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Coordenadora\r\nexecutiva do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades\r\n(Ceert), Cida Bento, dedica-se há 30 anos ao campo da promoção da diversidade\r\nno ambiente coorporativo. Assim como a sociedade brasileira como um todo, o\r\nambiente empresarial tem imensas dificuldades em avançar no combate ao racismo,\r\nexplica ela, que aponta, por exemplo, o fato de programas de equidade de gênero\r\nserem bem-sucedidas em promover a inclusão de mulheres brancas, mas não das\r\nmulheres negras. “Esse é o grande desafio. As mulheres brancas estão quatro,\r\ncinco vezes a mais do que as negras nesse processo de inserção dentro das\r\nempresas”.

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Segundo a\r\ncoordenadora, as mulheres em geral sofrem uma exigência de aparência para\r\nocupar posições dentro das empresas e, as mulheres negras têm uma exigência\r\nainda maior.

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Para\r\nreduzir essa desigualdade com as empresas e o mercado de trabalho, Cida explica\r\nque o censo é fundamental. “Ele ajuda a identificar as diferenças de cargos, de\r\nsalários, de inserção, promoções. E ajuda a identificar onde é que estão os\r\nproblemas e contribui a desenhar um plano de ação que envolve levar essa discussão\r\npara o interior das empresas e para as altas lideranças, para as áreas\r\njurídicas entre outras. É preciso uma decisão política da empresa. E isso é\r\nalgo bem delicado e importante.”

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*Com informações da Revista Carta Capital.

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