O operador de hipermercado Joannes Vicente da\r\nSilva, de 30 anos, empilhava rolos de papel higiênico de uma loja em Santos,\r\nquando foi repreendido por um colega de que o método estava errado. Recusou-se\r\na refazer o trabalho. Estava de costas, quando foi agredido pelo primeiro golpe\r\nde cabo de vassoura. Depois recebeu mais uma pancada e um soco no peito. No\r\nBrasil, mais de 1,2 milhão de pessoas foram agredidas no ambiente de trabalho\r\nem 2013. O dado é da Pesquisa Nacional de Saúde, levantamento do IBGE em\r\nparceria com o Ministério da Saúde. No quarto suplemento da pesquisa, os\r\ntécnicos analisaram a saúde do brasileiro relacionada ao mercado de trabalho.
Em todo o Brasil, 3,7 milhões de adultos\r\nsofreram agressões por pessoas conhecidas; 439 mil, ou 11,9%, do total, estavam\r\ntrabalhando no momento do ataque, como Silva. Em 9 mil casos, chefes ou patrões\r\nforam os agressores. Outros 4,6 milhões de adultos sofreram violência cometida\r\npor desconhecidos; 846 mil deles, ou 18,9% do total, estavam em serviço.
Silva registrou boletim de ocorrência, mas o\r\nagressor não foi punido pela empresa em que trabalhavam nem transferido de\r\nsetor. “O clima já não era dos melhores e ficou insuportável. Pedi várias vezes\r\npara ser transferido de setor. No fim, não aguentei e pedi para ser demitido.\r\nMas trabalhei com ele até o último dia de serviço”, contou ele, que voltou para\r\nGoiana (PE) e está desempregado. A rede de hipermercado foi condenada a\r\nindenizá-lo em R$ 22 mil.
A pesquisa do IBGE mostrou que 4,9 milhões de\r\npessoas sofreram acidentes de trabalho - 613 mil ficaram com sequela ou\r\nincapacidade e 1,6 milhão estão impedidas de realizar atividades habituais. Os\r\nportadores de alguma das deficiências investigadas (intelectual, motora, auditiva\r\ne visual) tinham rendimento médio mensal habitual 11,4% menor (R$ 1.499) que os\r\nsem deficiência (R$ 1.693).
Em 2013, 4,5 milhões de adultos tiveram lesão\r\ncorporal em acidentes de trânsito. Um em cada três acidentados (1,4 milhão de\r\npessoas) estava a caminho do trabalho. Outros 445 mil feridos nesse tipo de\r\nacidente estavam trabalhando no trânsito.
A pesquisa também permitiu comparar\r\nindicadores de saúde entre empregados e desempregados. Enquanto 6,2% dos que\r\nestavam empregados haviam recebido diagnóstico de depressão, para as pessoas\r\nque procuravam trabalho esse índice subiu para 7,5%. Os desempregados fumavam\r\nmais (17,2%, ante 15,1%) e relataram consumo abusivo de álcool em maior\r\nproporção (17,6% contra 13,7%). Já os empregados sofrem de mais problemas\r\ncrônicos na coluna (16,3%, ante 12,2%), têmcolesterol alto (10,1%, contra\r\n7,1%) e hipertensão (15,7% ante 8,2%).
Em todos esses parâmetros, o grupo\r\nconsiderado fora da força de trabalho (não estão empregados nem procuram\r\nemprego) tem índices piores. Mas não é possível para os técnicos determinar se\r\nisso ocorre em decorrência da situação profissional ou se pela idade mais\r\navançada.
A pesquisa mostrou que 14,9% da população\r\nocupada trabalha no período noturno (entre 22h e 5h) As pessoas que trabalhavam\r\nà noite, mesmo que o turno começasse durante o dia, tinham rendimento médio de\r\nR$ 2.073, 21,2% maior que o dos ocupados exclusivamente durante o dia (R$\r\n1.710). Ainda segundo o levantamento, 1,7% da força de trabalho cumpre escalas\r\nde 24 horas ininterruptas.
Fonte: O Estadão.
\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n
Senador une-se a juízes e procuradorers para propor “nova CLT”
Ainda está sob a forma de sugestão legislativa. Mas o debate em torno de uma “nova CLT” já está começando no Parlamento. A proposta foi apresentada nesta quinta-feira (10 de maio) pelo senador Paulo Paim (PT-RS), que defende a elaboração de novas regras para regulamentar a área trabalhista. Tanto o senador gaúcho quanto os juízes filiados à Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA) acham que o país precisa construir um novo marco nas relações trabalhistas, já que a CLT foi rasgada. A discussão foi levada para o Congresso Nacional seis...
Desemprego tem nos jovens maiores vítimas e arruína sonho de ganhos com educação
A enfermeira Ana Carolina, 26 anos, conseguiu um feito sem precedentes na família, foi a primeira a cursar uma faculdade. Hoje, no entanto, engrossa a fileira de jovens que enfrentam a radical inversão do mercado de trabalho: cresceram numa economia de pleno emprego, mas passaram a conviver com o desemprego recorde. “Eu achava que não iria demorar muito para conseguir um emprego. Me formei em junho de 2014 e imaginei que até dezembro daquele ano estaria empregada, mas o máximo que consegui foi participar de uma dinâmica”, diz Ana Carolina Gomes da Silva. Além da graduação...
Comprar todas as férias do trabalhador viola direito de personalidade
Todo trabalhador tem direito ao repouso anual e o direito ao lazer. Ser privado disso prejudica as relações sociais e familiares e viola direitos da personalidade, o que justifica indenização por danos morais. O entendimento é do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região ao determinar que um auxiliar de enfermagem que trabalhou por 13 anos para uma missão evangélica deve receber danos morais por não ter tido descanso em todo o período. A condenação foi confirmada pelo Tribunal Superior do Trabalho. Dispensado sem justa causa em 2013, o empregado recorreu à Justiça contando...