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Com reforma, muitos trabalhadores não ganharão nem o salário mínimo

Data de publicação: 27/10/2017


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Empresas já colocam até anúncio em\r\njornal para contratar pela jornada intermitente 

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Entra em vigor no próximo dia 11 de novembro um dos maiores retrocessos\r\nna área trabalhista de  que se tem\r\nnotícia. Três meses após a aprovação no Congresso Nacional e a sanção do\r\npresidente da república, a  reforma\r\ntrabalhista vai permitir, de pronto, que o trabalhador brasileiro ganhe menos\r\nde um salário mínimo por mês, coisa que já mais aconteceu no país com o advento\r\nda CLT.

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Isso deverá acontecer com os trabalhadores que forem contratados pela jornada\r\nintermitente, aquele regime que permite ao patrão registrar o empregado para  utilizar a sua mão de obra e só quando lhe for\r\nconveniente, pagando apenas pelas horas trabalhadas.

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 Esse mecanismo já está levando\r\nalgumas empresas a oferecerem,   via anúncios em jornais, vagas de trabalho\r\nintermitente.  As empresas oferecem serviços\r\nnas áreas mais diversas, mas com enquadramento do trabalhador na jornada\r\nintermitente. “É a volta da escravidão”, ressalta o senador Paulo Paim (PT-RS).

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Imagine essa  realidade: uma\r\nempresa oferece vaga com regime intermitente pagando R$ 4,45 por hora numa\r\njornada de cinco horas, mas  apenas para\r\ntrabalhar  sábados e domingos. No final\r\ndo mês, o trabalhador receberá um salário de R$ 222.50. Vai ter muito emprego\r\nnessas condições e ao estar registrado num trabalho intermitente, mesmo\r\nrecebendo essa miséria, o trabalhador não entrará nas estatísticas do\r\ndesemprego. Além aviltar a massa salarial, o mercado produzirá  estatísticas positivas com relação aos\r\níndices de desemprego no país.

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 “Nós havíamos alertado que isso\r\niria acontecer. O trabalhador poderá ganhar menos que um salário mínimo. E quem\r\nvai garantir que ele receba 13º salário, férias, Previdência Social e FGTS? Se\r\nhoje não existem fiscais suficientes para autuar aqueles que exploram a\r\nmão-de-obra de forma indevida, imagine com o trabalho intermitente”, destacou o\r\nsenador Paulo Paim (PT-RS).

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Este é apenas um detalhe da reforma trabalhista, que traz em seu bojo muito\r\nmais maldades  do que o trabalhador possa\r\nimaginar.

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