Uma auxiliar de escritório apalpada pelo chefe numa\r\nreunião após repelir suas investidas. Uma balconista assediada após ser levada\r\naté o fundo da loja pelos patrões. Uma produtora de televisão provocada\r\ndiariamente pelos superiores para mostrar os peitos.
Os três casos foram relatados à Folha e têm algo em\r\ncomum —nenhum foi denunciado pelas vítimas, que tiveram medo de perder o\r\nemprego ou sofrer violência ainda maior.
\r\n\r\nO número de denúncias de assédio sexual no trabalho\r\ne ações na Justiça por esse motivo, que vinha crescendo com a expansão do\r\nmovimento feminista no país nos últimos anos, perdeu força com a recessão e o\r\ndesemprego.
Dados do Ministério Público do Trabalho mostram que\r\n2015 representou uma interrupção num movimento de alta que vinha sendo\r\nregistrado desde 2012 no volume de denúncias, estimuladas por campanhas de\r\nconscientização do órgão sobre o assédio.
De 146 casos registrados em 2012, o número de\r\ndenúncias aumentou todos os anos até atingir 250 em 2015 —ano em que as\r\ndemissões no setor formal da economia superaram as contratações em 1,5 milhão\r\nde vagas, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
Em 2016, que marcou o segundo pior saldo negativo do\r\nemprego na história —com 1,3 milhão de vagas perdidas— o número de denúncias de\r\nassédio sexual se estagnou em 248. Neste ano, foram 144 até julho.
Para o procurador Bezerra dos Santos, a interrupção da\r\ntendência de aumento do número de denúncias vai na contramão do movimento de\r\nconscientização feito nos últimos anos. “Na verdade, deveria ter aumentado, e\r\nnão diminuído, porque agora as pessoas estão mais esclarecidas”, diz.
Dentre as denúncias, sempre foi baixo o volume que\r\ndesencadeia ações, inferior a 10% dos casos, segundo ele.
“Mulheres e homens deixaram de entender que\r\nviolência é só porrada, estupro e feminicídio. A puxada de braço, a cantada no\r\ntrabalho, tudo isso começou a ser lido como violência”, diz a escritora Antonia\r\nPellegrino, uma das criadoras do blog #AgoraÉQueSãoElas, da Folha.
“Isso é fruto direto da pauta feminista, de debates\r\nque cresceram nos últimos anos, marcadamente a partir de 2011, com a marcha das\r\nvadias [movimento que surgiu no Canadá pelo fim da culpabilização de vítimas de\r\nestupro]. A campanha do ′Chega de Fiu Fiu” [iniciativa criada para combater o\r\nassédio sexual sofrido pelas mulheres em locais públicos] também é\r\nfundamental”, ela afirma.
\r\n\r\nLeticia Kanegae, aluna da FGV (Fundação Getúlio\r\nVargas) em São Paulo, responsável por coordenar a participação dos alunos em\r\nprojetos que procuram promover a diversidade na instituição de ensino, diz que\r\na noção de ética na universidade tem evoluído. “Antes, o código de conduta dos\r\nestudantes só abordava temas ligados a cola”, afirma.
Em sua experiência como estagiária, ela diz ter\r\npercebido como são recorrentes declarações machistas e de banalização da\r\npalavra estupro.
\r\n\r\n“Quando dá errado uma programação, eles dizem que\r\nforam estuprados pela máquina. Quando falam palavrão, pedem desculpa para as\r\nmulheres que estão no mesmo ambiente”, afirma Kanegae. “Parece que a gente\r\nprecisa pedir licença para estar no escritório.”
Fonte: Folha de S. Paulo.
Farmácia terá de pagar R$ 20 mil a ex-empregada acusada de furtar bombom
Demitir um trabalhador por justa causa com alegação de furto, sem que isso tenha sido provado, causa a nulidade da dispensa e indenização por danos morais. A decisão é do juiz Leador Machado, do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF e TO), ao analisar o caso de uma rede de farmácias que demitiu uma funcionária do caixa por suposto furto de bombom. A empresa terá de pagar R$ 20 mil de indenização e aviso prévio com integração, férias mais terço, 13º salário...
Walmart muda lojas e troca marca de três redes
O Walmart vai mudar as suas 120 lojas de supermercados no Brasil nos próximos quatro anos, em um projeto batizado internamente de “reinvention”. O plano envolve investimentos de R$500 milhões e o fim das marcas Mercadorama, Nacional, e Bompreço. Para substituí-las uma nova marca será trazida para o país, o Walmart Supermercados, que terá nas fachadas a cor verde e amarela – baseada no modelo da rede de vizinhança “Walmart Neighborhood Market”, dos Estados Unidos. É o segundo movimento anunciado pelo grupo em um ano para tentar colocar o negócio em outro patamar no...
Conta de luz vai deixar de ter cobrança extra em abril e pode ficar até 6,5% mais barata
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, anunciou que, a partir de 1.º de abril, as contas de luz de todo o País trarão a bandeira verde, o que significa que a cobrança extra pelo uso de energia termelétrica vai acabar. Com isso, os consumidores terão uma redução média de 6% a 6,5% na conta de luz, disse o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino. O fim da cobrança extra na conta de luz será possível porque o governo decidiu desligar mais...