A Sanepar é uma empresa estatal,\r\ncerto? Na teoria 100% certo. Na prática, nem tanto, porque quase a totalidade\r\ndas suas ações preferenciais (aquelas que priorizam a distribuição dos\r\ndividendos) está nas mãos de grupos empresariais privados, inclusive bancos.
Sábado último, o diretor do SINCOMAR\r\n, Moacir Paulo de Morais e o assessor de imprensa Messias Mendes , participaram\r\nde uma plenária sobre a política tarifária da Sanepar, promovido pelo Sindaen -\r\nSindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Água, Esgoto e Saneamento de\r\nMaringá e Região Noroeste do Paraná.
Depois de sucessivos aumentos de\r\ntarifas, o governador Beto Richa majorou agora a tarifa de água em mais 26% .\r\nAlguém lembrou no debate que até o final do último governo Requião, o preço da\r\nágua para o consumidor era calculado sobre os custos operacionais da companhia\r\nde saneamento. Atualmente é também com base nos seus ativos. Ou seja, a Sanepar\r\nreajusta as contas pagas pelo consumidor paranaense de acordo com a pressão do\r\nmercado financeiro.
O Estado ainda detém cerca de 80% das\r\nações ordinárias da empresa, mas embora sejam essas que dão direito a voto, as\r\nque remuneram os acionistas são as preferenciais, que não estão mais nas mãos\r\ndo Estado.
\r\nVárias manobras contábeis foram feitas para que as ações preferenciais\r\ndisparassem no mercado, a tal ponto da oferta de ações ter movimentado cerca de\r\nR$ 2 bilhões nas bolsas de valores só em dezembro.
Uma mudança na regulamentação\r\ntarifária, feita para beneficiar os sócios privados, transformou a SANEPAR no\r\ninício de 2017 numa espécie de “queridinha” da Bolsa de Valores. De uma hora\r\npara outra as ações da Sanepar valorizaram 40%. Isso enlouqueceu o mercado que\r\nfoi às compra dos papéis da Companhia de Saneamento do Paraná com uma\r\nvoracidade de impressionar.
Segundo matéria da Gazeta do Povo, “\r\no mercado cresceu o olho. O BTG Pactual anunciou a seus clientes o início do\r\nacompanhamento das ações da Sanepar. Elegeu a paranaense sua empresa de água e\r\nesgoto favorita, e uma das principais escolhas no setor de “utilities”, que\r\ntambém abrange companhias de eletricidade, gás e outras”.
Entre as manobras feitas na estrutura\r\nfuncional da Sanepar, para que suas ações preferenciais se valorizassem ainda\r\nmais e aumentasse o repasse de dividendos para os acionistas privados , estava\r\num plano de aposentadoria incentivada e demissão voluntária , destinado a\r\nreduzir os gastos com pessoal em 34%. Não se tem informação se o PAI e o PDV\r\ntiveram o sucesso esperado, mas se tiveram , certamente impulsionaram ainda\r\nmais as ações da Sanepar no mercado financeiro, elevando a lucratividade dos\r\nacionistas privados a níveis escandalosos.
Então, caros comerciários e\r\ncomerciárias, se vocês se assustaram com as últimas contas da Sanepar que\r\nrecebeu em suas casas, preparem seus corações , porque o BTG já projetou\r\naumento de 100% nos lucros das ações preferenciais da empresa até 2018.
No debate de sábado, realizado no\r\nauditório do Sinteemar , o assessor de imprensa do SINCOMAR lembrou de uma\r\ndaquelas “escolinhas” do Requião em que esteve presente junto com o então\r\ncoordenador da Região Metropolitana de Maringá, João Ivo Caleffi, o seguinte\r\nfato: “ O presidente da Sanepar ,Stênio Jacob reclamou do congelamento das\r\ntarifas e pediu autorização do governador para promover um reajuste. Requião\r\nfoi duro com Jacob: “Stênio, primeiro você desenvolva um plano sério de redução\r\nde desperdício de água, que em Curitiba passa dos 30% , brigue na diretoria da\r\nSanepar pela redução dos dividendos dos acionistas privados e só então, venha\r\nme convencer que preciso autorizar aumento da tarifa de água e esgoto”.
O vereador Carlos Mariuci aproveitou\r\na oportunidade para dizer que está revendo sua posição com relação à retomada\r\ndo sistema de saneamento básico de Maringá pelo município. “Eu era contra,\r\nporque sempre reconheci, e reconheço, que a Sanepar presta um bom serviço na\r\ncidade, mas se estamos diante de uma política tarifária abusiva, impulsionada\r\npelo mercado financeiro, então temos que rever a possibilidade de evitar que a\r\nágua e o esgoto da nossa cidade sigam nessa lógica neoliberal, privatizados e\r\nexplorando a população dessa maneira”.
Em tempo: o contrato de concessão da\r\nSanepar está vencido e o município tem mecanismos legais para retomar os\r\nserviços , que já foram municipais. O problema é a questão econômica,\r\nprincipalmente com relação ao quadro funcional da empresa, que é altamente\r\nqualificado e não tem como abrir mão dele. Mariuci acha que se houver\r\npossibilidade de fazer a migração para uma autarquia municipal, sem gerar\r\npassivo trabalhista para a Prefeitura de Maringá , e nem para o Estado, aí\r\nseria o caso de se pensar na municipalização.
O tema foi\r\namplamente discutido em 2016 , principalmente depois daquele longo período de\r\nfalta de água no início do ano, mas a Câmara Municipal nem chegou a apreciar\r\nqualquer projeto de retomada do sistema. O assunto volta agora à pauta das\r\ndiscussões em Maringá , em virtude das altas abusivas que o maringaense teve na\r\nsua conta de água e esgoto. O SINCOMAR, sempre presente nas discussões dos\r\nproblemas da cidade, marcará presença em todo e qualquer debate a respeito do\r\ntema que tiver daqui em diante.
\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n\r\n
Aonde está o dinheiro? Correntistas querem saber
Os bancos que atuam no país fizeram 4.529 débitos não autorizados nos 12 meses encerrados em julho, de acordo com o Banco Central. Esse é o número de ocorrências que chegaram ao conhecimento do BC e foram consideradas procedentes. Ou seja, inclui apenas os casos em que o cliente percebeu o sumiço de uma quantia em sua conta e reclamou no Banco Central. Se ocorreu algo semelhante com algum que cliente que não notou ou preferiu não avisar, tal caso não aparece nessa estatística....
Dos três deputados federais de Maringá, um votou contra a terceirização (Ênio Verri) e dois a favor, consequentemente contra os trabalhadores (Luiz Nishimori e Edmar Arruda.
Empresa é condenada por discriminar dirigente sindical
A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho não acolheu recurso da Aché Laboratórios Farmacêutico S.A contra condenação ao pagamento de R$ 80 mil de indenização por dano moral por discriminação a empregado que era diretor do sindicato da categoria. Ele não recebeu as promoções que lhe eram de direito e teve tratamento diferenciado quando foi transferido de Rondônia para São Paulo. O trabalhador, que era filiado e diretor do Sindicato dos Propagandistas, Propagandistas-Vendedores...